Dados do Trabalho


Título

Quando Suspeitar e como Diagnosticar as Fístulas Arteriovenosas Durais: Papel dos Métodos Seccionais

Introdução e objetivo(s)

Embora relativamente frequentes, representando cerca de 10 a 15% das malformações cerebrovasculares, as fístulas arteriovenosas durais (FAVDs) representam um desafio diagnóstico aos neurorradiologistas que trabalham com métodos axiais, especialmente quando há complicações associadas, como hemorragias e isquemias.
Este painel tem por objetivo revisar os principais aspectos clínicos e a correlação dos estudos de imagem seccional com a angiografia digital destas lesões, segmentando-as de acordo com as localizações mais frequentes.

Método(s)

Com base na revisão de arquivos digitais de quatro instituições, demonstraremos os principais achados diretos e indiretos das FAVDs, apresentando as chaves para o seu reconhecimento, incluindo a presença de edema vasogênico, a identificação de vasos anômalos dilatados além de sinais indicativos de trombose venosa ou sequelas. Para atender aos nossos objetivos didáticos de interpretação de imagens estruturais, propomos o agrupamento de FAVDs de acordo com sua localização, com base no seio ou região envolvida.

Discussão

As fístulas arteriovenosas durais são anormalidades vasculares onde artérias de ramos das carótidas ou vertebrais drenam diretamente nos folhetos durais dos seios venosos. Mais comuns na região supratentorial, especialmente na junção transverso-sigmoide, apresentam uma leve predominância no lado esquerdo. O diagnóstico dessas fístulas envolve o uso de métodos de imagem, como Tomografia Computadorizada (TC), Ressonância Magnética (RM) e angiografia digital por subtração (DSA).

A RM é particularmente relevante, pois certas características observadas neste exame podem predizer o comportamento da fístula, distinguindo entre formas com prognóstico mais grave, as "malignas", e as de prognóstico mais favorável, as "benignas". Estes achados incluem o padrão de drenagem venosa e a presença de sinais de congestão ou edema cerebral. A DSA, considerada o padrão-ouro, fornece detalhes cruciais sobre a anatomia vascular para um diagnóstico definitivo e planejamento do tratamento. Juntos, estes métodos de imagem são essenciais para a avaliação, diagnóstico e acompanhamento das fístulas arteriovenosas durais.

Conclusões

A diferenciação e o reconhecimento desses achados principais nem sempre é clara à primeira vista e, para isso, dispõem-se de vasto arsenal terapêutico, que também deve ser dominado pelo médico radiologista quanto às limitações e benefícios, a fim de se evitar gastos desnecessários de tempo e de recursos financeiros.

Palavras Chave

fistula; FAV; neurorradiologia

Arquivos

Área

Neurorradiologia

Instituições

Beneficência Portuguesa de São Paulo - São Paulo - Brasil, Grupo DASA - São Paulo - Brasil, Grupo Fleury - São Paulo - Brasil, Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

LAIS SCHWEIGER FREITAS ABDUCH, GIOVANNA SIMÕES CALFI, HEYTOR JOSÉ DE OLIVEIRA CABRAL, HELEN RIBEIRO DE OLIVEIRA, MANOEL HENRIQUE FONSECA BARBOSA, ANDRÉ KOHATSU COUTINHO, ANGELO CHELOTTI DUARTE, FELIPE TORRES PACHECO, LAZARO LUIS FARIA DO AMARAL, RENATO HOFFMANN NUNES, THIAGO LUIZ PEREIRA DONOSO SCOPPETTA, ANTONIO JOSÉ DA ROCHA, ANTONIO CARLOS MARTINS MAIA JUNIOR