Dados do Trabalho


Título

Origem anômala da artéria subclávia direita a partir do bulbo carotídeo ipsilateral

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

Relatar caso único na literatura de variação anatômica vascular de origem anômala da artéria subclávia direita a partir do bulbo carotídeo ipsilateral.

História clínica

Paciente feminina, 30 anos, histórico de cirurgia para correção de escoliose congênita, em consulta cardiológica para prosseguir investigação de cardiopatia congênita (comunicação interventricular, atresia pulmonar e insuficiência aórtica). Foi solicitado angiotomografia computadorizada do pescoço complementar (angioTC) que demonstrou a origem anômala da artéria subclávia direita.

Discussão e diagnóstico

A AngioTC do pescoço demonstrou origem anômala da artéria subclávia direita a partir do bulbo carotídeo ipsilateral, juntamente com a origem da carótida interna e a carótida externa direita. Seu calibre apresenta-se ectasiado (cerca de 12 mm) e tem trajeto caudal, paralelo e posteromedialmente à artéria carótida comum. Outra variante também foi observada na artéria carótida comum direita: exibe origem aórtica, sem a individualização do tronco braquiocefálico. As artérias vertebrais originam-se anatomicamente das artérias subclávias e apresentam-se pérvias e com trajetos anatômicos.

Conclusões

Apesar de numerosas descrições na literatura de malformações vasculares das artérias supra-aórticas, este é o único caso de nosso conhecimento de tal arquitetura anatômica.
A formação das artérias subclávias ocorre na quarta semana da vida embrionária. A artéria direita se desenvolve a partir do quarto arco aórtico, da aorta posterior e da sétima artéria intersegmentar direita. Em raros casos, a aorta primitiva e arcos aórticos podem se desenvolver de forma anômala, gerando variações anatômicas.
A malformação mais comum da artéria subclávia direita é sua origem aberrante a partir da aorta descendente, com trajeto retroesofágico, ocorrendo entre 0,5 a 1% da população, mais comumente assintomática e achado incidental em exames de imagem.
Este relato reitera a raridade do achado radiológico, discorrendo sobre a possível origem embrionária e a relação com outras malformações, bem como a importância dos estudos angiográficos não invasivos, tanto para conhecimento e detalhamento anatômico deste curso anômalo quanto a fim de se evitar acidentes durante procedimentos cervicais, tais como punções tireóideas.

Palavras Chave

Variação anatômica; artéria subclávia direita anômala; angiotomografia computadorizada.

Arquivos

Área

Cardiovascular

Instituições

Hospital Dr Beda - IMNE - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

ADRIANA MARIA FONSECA MELO, CARLOS EDUARDO CORDEIRO SOARES, FLAVIA SILVA BRAGA, REINALDO OTTERO JUSTINO JR, FERDINAND DUENAS CABRERA FILHO, NINA VENTURA WILNER