Dados do Trabalho


Título

Tumor Marrom: Envolvimento Ósseo do Hiperparatireoidismo

Introdução e objetivo(s)

O tumor marrom, também conhecido como osteíte fibrosa cística, é decorrente do hiperparatireoidismo primário ou secundário, o qual estimula a atividade dos osteoclastos.
Este trabalho tem como objetivo revisar a epidemiologia, os dados clínicos e as características de imagem mais relevantes dos tumores marrons, visando produzir material didático para aprendizagem e consulta.

Método(s)

Ensaio pictórico baseado na análise de radiografias, tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas de casos originais e revisão da literatura.

Discussão

O tumor marrom é uma lesão óssea composta por tecido reativo não neoplásico que ocorre no contexto do hiperparatireoidismo. Pode ser solitário ou múltiplo.
Geralmente acometem ossos da face, bacia, costelas, clavículas e fêmur, sendo incomum na coluna vertebral. Os sinais e sintomas dependem da localização, mas comumente se apresenta como massa que pode ser dolorosa, podendo provocar fraturas patológicas e deformidades faciais.
O diagnóstico definitivo é baseado nos exames laboratoriais, que mostram aumento de PTH e hipercalcemia.
A radiografia é o primeiro exame de imagem realizado, na qual aparece como lesão lítica insuflativa, septada, de margens bem definidas, com pouca reação periosteal.
Na tomografia computadorizada, observa-se uma lesão hipodensa, bem delimitada, com realce ao meio de contraste iodado.
Na ressonância magnética o aspecto é heterogêneo. Os componentes sólidos apresentam sinal intermediário a baixo nas imagens ponderadas em T1 e T2, com realce após injeção de gadolínio, enquanto os componentes císticos apresentam hiperssinal nas imagens ponderadas em T2, e podem apresentar nível líquido-líquido devido à hemorragia.
Na cintilografia óssea há aumento da captação de radionuclídeo pelo tumor.
Na macroscopia observa-se uma massa marrom com arquitetura lobular. A histologia revela células gigantes do tipo osteoclastos agrupadas em torno de áreas de hemorragia, com glóbulos vermelhos extravasados e macrófagos carregados de hemossiderina, e septos fibrosos contendo trabéculas de tecido ósseo reativo.
Dentre os diagnósticos diferenciais estão metástases, mieloma múltiplo, tumores de células gigantes, cisto ósseo aneurismático e displasia fibrosa poliostótica.

Conclusões

O conhecimento da apresentação clínica e das principais características de imagem que distinguem os tumores marrons de outras patologias ósseas é de extrema importância para o médico radiologista que desempenha um papel crucial no diagnóstico presuntivo desta doença.

Palavras Chave

Tumor marrom; hiperparatireoidismo; Sistema Musculoesquelético

Arquivos

Área

Sistema Musculoesquelético

Instituições

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

HELEN RIBEIRO DE OLIVEIRA, BRUNO BASILIO CARDOSO, HEYTOR JOSE DE OLIVEIRA CABRAL, RAIFRAN MAGALHAES DA SILVA NETO, ADRIANO SILVEIRA MOREIRA NOVAES, RAFAEL YOO, ANDRE MANNATO, FERNANDA TAMI SATO, MARCIO AUGUSTO ISHIDA, LUIZ THADEU ROCHA NEHME