Dados do Trabalho


Título

ASSOCIAÇÃO ENTRE ACRETISMO PLACENTÁRIO E GESTAÇÃO ECTÓPICA NO ISTMO UTERINO COM FETO VIVO: RELATO DE CASO

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

Relatar um caso raro de acretismo placentário (AP) associado à gestação ectópica ístmica ilustrada através de imagens de ultrassonografia (US) e ressonância magnética (RM).

História clínica

Paciente de 27 anos, com um parto cesáreo prévio, idade gestacional de 32 semanas e 3 dias, referenciada para serviço de gestação de alto risco devido a placenta prévia oclusiva diagnosticada em outra instituição.

Discussão e diagnóstico

US evidencia cavidade uterina (CU) rechaçada superiormente no abdome superior materno, com feto em localização baixa no útero e placenta prévia (PP), apresentando contato com a parede posterior da bexiga e proeminência dos vasos retroplacentários, sugerindo AP. Realizada RM complementar para avaliação da implantação fetal e da placenta.
RM mostrou implantação do tecido placentário na região istmica notando-se a CU vazia e superior ao feto, bem como placenta com inserção ântero-lateral esquerda recobrindo o colo uterino, com intensidade de sinal heterogênea, vasos intraplacentários e retroplacentários proeminentes, bem como focos de indefinição da camada muscular da bexiga urinária, sugerindo percretismo.
Optado por interrupção da gestação com parto cesária e histerectomia puerperal com 33 semanas e 1 dia de idade gestacional. Nasce recém-nascido do sexo feminino com vitalidade.
Anatomopatológico da placenta confirma placenta percreta em gestação ístmica.

Conclusões

Nenhum achado de imagem de US ou RM é patognomônico de AP, entretanto alguns podem estar relacionados a uma probabilidade maior ou menor de AP. Os principais achados de RM sugestivos de AP são bandas hipointensas em T2, protuberância placentária, perda da interface hipointensas em T2 entre a placenta e o miométrio, afilamento miometrial, interrupção da parede vesical, massa placentária exofítica além da serosa, vascularização anormal do leito placentário, heterogeneidade placentária, espessamento assimétrico da placenta, alteração no seu formato usual, vascularização intraplacentária anormal e infarto placentário.
A gestação ectópica cervical é rara, sendo vista em pacientes com inserção baixa do saco gestacional e CU vazia, sendo indicada sua interrupção quando diagnosticada, o que geralmente acontece nas primeiras semanas de gestação.
É fundamental para o médico radiologista que realiza US gestacionais reconhecer a localização da gestação tópica e sempre atentar para sítios não usuais, diagnosticando sinais sugestivos de AP.

Palavras Chave

acretismo placentário; gestação ectópica ístmica; Ressonância magnética

Arquivos

Área

Medicina Fetal

Instituições

Hospital Geral de Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

HELOISA OMIZZOLO, ANDRESSA WILTGEN, PATRICIA DE OLIVEIRA PIMENTEL FONSECA, ELIZABETH NARDI, JOSE ROBERTO FESTUGATTO, ROBERTO RICARDO ROMBALDI NETO, TAINAE SANTOS