Dados do Trabalho


Título

Tumor marrom: quando suspeitar? Um relato de caso.

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

Relatar um caso de múltiplos tumores marrons por hiperparatireoidismo primário. Apresentar as principais características epidemiológicas, clínicas e radiológicas deste tipo de acometimento, bem como seus principais diagnósticos diferenciais.

História clínica

Paciente feminina de 21 anos, sofreu dois episódios de trauma de baixa energia no intervalo de uma semana, os quais resultaram em fratura da clavícula direita e do fêmur esquerdo. Apresentava nefrolitíase como único antecedente pessoal conhecido. As radiografias apresentavam lesões osteolíticas de contornos parcialmente definidos localizadas em fêmures proximais, corpos vertebrais, clavículas e crânio, mais bem caracterizadas em exame de ressonância magnética, evidenciando o caráter agressivo destas lesões, algumas associadas a fraturas patológicas. Após correlação com os exames laboratoriais característicos de hiperparatireoidismo e anatomopatológico do fragmento ósseo, foi confirmado o diagnóstico de tumor marrom/osteoclastoma.

Discussão e diagnóstico

O tumor marrom, também conhecido como osteíte fibrosa cística ou osteoclastoma, achado raro do hiperparatireoidismo secundário, é um tumor ósseo caracterizado pela presença de osteoclastos e hemorragia de tecidos de granulação. Os principais locais de acometimento são a mandíbula, clavícula, costelas, bacia, fêmur e, em raros casos, o crânio (como o do caso apresentado).
Nesses casos o paciente pode apresentar quadro de fraqueza generalizada, nefrolitíase, associada a dor óssea e fraturas recorrentes, sendo o diagnóstico baseado na associação das manifestações clínicas, exames de laboratório e achados radiológicos típicos da doença.
Nos exames de imagem, se apresenta como lesões ósseas líticas uni ou multiloculares de limites bem definidos, por vezes com características insuflativas. Podem levar a afilamento cortical e, como apresentado, acarretar em fraturas patológicas.
Os diagnósticos diferenciais mais importantes são tumor de células gigantes, metástases e mieloma múltiplo.

Conclusões

O tumor marrom é um diagnóstico diferencial importante que deve ser aventado em casos de lesões ósseas líticas, principalmente quando relacionadas a fratura patológica, tendo outros diferenciais relevantes, como mieloma múltiplo e metástases.

Palavras Chave

Tumor marrom; fratura patológica; hiperparatireoidismo

Arquivos

Área

Sistema Musculoesquelético

Instituições

UNIFESP - São Paulo - Brasil

Autores

ANA LARA ALMEIDA DA SILVA, LUÍS FERNANDO FREITAS DE SOUSA, KARINA YUMI INOUE HAYAMA, LEONARDO KAZUNORI TSUJI, JÚLIO BRANDÃO GUIMARÃES, ARTUR DA ROCHA CORREA FERNANDES, ADHAM DO AMARAL E CASTRO, ANDRE YUI AIHARA