Dados do Trabalho

Título

Achados da Neuroimagem na Angiopatia Amiloide: Um Relato de Caso

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

Apresentar um caso de uma paciente com angiopatia amiloide cerebral, discorrer sobre a apresentação radiológica evolutiva e seus critérios.

História clínica

Sexo feminino, 59 anos, portadora de Hipertensão arterial sistêmica, Lúpus
eritematosos sistêmico e transtorno de ansiedade generalizada. Iniciou quadro de crises convulsivas
tônico-clônico generalizadas 2 anos antes de admissão no serviço hospitalar, associada a cefaleia
hemicraniana à direita de forte intensidade e refratária à terapia medicamentosa, e períodos de
desorientação no tempo. Evoluiu com quadro de déficit sensitivo transitório, agitação psicomotora e
confusão mental durante internamento. Realizou investigação com neuroimagem, demonstrando
inicialmente micro hemorragias cranianas em ressonância magnética de crânio, evoluindo hemorragia
intraparenquimatosa lobar. Sendo afastadas outras etiologias, fechando o diagnóstico provável de
angiopatia amiloide.

Discussão e diagnóstico

Esta doença está presente em cerca de 80% dos idosos, sendo
este o principal fator de risco e uma condição bastante presente em portadores de doença de
Alzheimer, aproximadamente 90% dos casos. Grande parcela é assintomática, mas quando os
sintomas estão presentes, encontram-se déficits neurológicos transitórios, declínio cognitivo
progressivo e crises convulsivas. Diante dessa sintomatologia inespecífica, por vezes há atraso no
diagnóstico ou até subdiagnósticos. Por muitos anos, seu diagnóstico era baseado apenas em biópsia
post mortem, porém, a publicação dos Critérios de Boston permitiu que fosse realizado com base em
parâmetros clínicos e radiológicos. Esses critérios foram atualizados em 2022 para Critérios de Boston
2.0, com a inclusão de novos achados da ressonância magnética de crânio, aumentando a
sensibilidade do método e a acurácia diagnóstica.

Conclusões

Apesar de ser uma patologia de alta prevalência, a AAC ainda pode se mostrar um desafio diagnóstico para médicos não especialistas, logo é de suma importância compreender seus achados nos exames de neuroimagem. Tendo em vista a grande variedade de achados encontrados em um único paciente durante o seguimento clínico-radiológico, o caso descrito acima possibilita uma revisão prática acerca do diagnóstico de angiopatia amiloide cerebral. Assim, enfatiza-se a importância do papel da radiologia diante desta patologia, auxiliando em um diagnóstico precoce, possibilitando que o seguimento terapêutico seja realizado em fases mais iniciais, melhorando o prognóstico dos pacientes.

Palavras Chave

Angiopatia amiloide; Doença de Pequenos Vasos; Hemorragia Cerebral;

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Área

Neurorradiologia