Dados do Trabalho


Título

Bócios Mergulhantes: Explorando as Camadas da Técnica Iceberg

Introdução e objetivo(s)

Bócios mergulhantes resultam em uma glândula tireóide aumentada em tamanho, peso e
volume, estendendo-se para o tórax, topografia do mediastino superior. São mais comuns
em mulheres e são responsáveis por 7% dos tumores mediastinais e por 3 a 20% das
tireoidectomias. Tradicionalmente, a tomografia computadorizada e a ressonância
magnética têm sido os métodos de escolha para a avaliação radiológica e a tireoidectomia
total a técnica eleita para o tratamento definitivo. Apesar do crescimento da aplicabilidade
da ablação térmica em bócios uni ou multinodulares, a topografia mediastinal dos bócios
mergulhantes sempre representou uma limitação à aplicação desse procedimento. Neste
contexto, a técnica Iceberg possibilitou o tratamento integral e seguro dos BM, evitando a
cirurgia e possibilitando a preservação da função hormonal. O objetivo deste ensaio
pictórico é demonstrar os princípios dessa nova técnica ablativa e elucidar vantagens e
limitações comparativas ao tratamento convencional.

Método(s)

Realizamos um ensaio pictórico com casos do nosso serviço, mantendo a confidencialidade
dos pacientes, e conduzimos uma ampla revisão bibliográfica sobre o tratamento de BM nos
principais bancos bibliográficos.

Discussão

A técnica Iceberg é feita em dois estágios: Inicialmente, é realizada a ablação da porção
cervical dos nódulos que se destacam durante a avaliação por ultrassonografia (US). A
porção cervical dos bócios é bem visível, em contraste com a porção torácica, de avaliação
limitada à ultrassonografia. Após o período de 3 a 6 meses, observa-se notável redução
volumétrica da porção tratada, ocasionando retração do parênquima tireoidiano cervical,
que traciona a porção mediastinal (antes “submersa”) para a região cervical (agora
“emersa”). No segundo estágio, é realizada ablação completa dos nódulos outrora
mediastinais e a região tratada no primeiro estágio é reexaminada. Dessa forma, o
tratamento minimamente invasivo mostra-se como importantíssima opção, pois nos casos
de BM é o único que preserva a função da tireoide com baixas taxas de recidiva, sem
cicatrizes e medicamentos contínuos pós-tratamento.

Conclusões

Este tratamento representa um avanço significativo no tratamento ablativo de BM, antes
excluídos das indicações ablativas, face à limitação de visualização por ultrassonografia. .
Assim, a técnica do Iceberg renova o cenário terapêutico, beneficiando os pacientes e
preservando a função hormonal.

Palavras Chave

GOITER; ABLATION; THYROID

Arquivos

Área

Intervenção

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein- HIAE - São Paulo - Brasil

Autores

LUIZ CESAR DORNELLAS NASCIMENTO, VICTOR ARTHUR OHANNESIAN, ERIVELTO MARTINHO VOLPI, ANTONIO RAHAL JUNIOR, RODRIGO GOBBO GARCIA