Dados do Trabalho


Título

Lesões hepáticas focais benignas: buscando a assertividade e reconhecendo os limites

Introdução e objetivo(s)

Embora na maioria dos casos, a avaliação por imagem das lesões hepáticas focais benignas não seja tão complexa, existem situações em que a presença de características atípicas e o contexto clínico podem reduzir a assertividade do radiologista. O objetivo deste trabalho é discutir, por meio de casos, os limites da assertividade no diagnóstico diferencial das principais lesões focais hepáticas benignas.

Método(s)

Revisão retrospectiva de casos didáticos de lesões hepáticas benignas focais do acervo institucional, com foco no diagnóstico diferencial levando-se em consideração os aspectos de imagem e o contexto clínico.

Discussão

As lesões hepáticas focais benignas como cistos, hemangiomas e nódulos hepatocelulares não costumam apresentar grandes desafios na prática diária do radiologista. No entanto, existem algumas situações, seja pelo contexto clínico ou pelo aspecto de imagem atípico, em que essas lesões podem gerar dúvidas e reduzir a assertividade do radiologista. A familiaridade com esses casos pode evitar prosseguimento desnecessário da investigação diagnóstica e sugerir novos exames ou procedimentos subsequentes quando pertinente. A avaliação de lesão cística hepática isolada e volumosa no segmento IV em mulheres, deve sugerir a possibilidade de lesão cística mucinosa no diferencial, evitando tratamentos como destelhamento. O antecedente de tratamento sistêmico prévio em pacientes com neoplasia colorretal pode mudar a interpretação de lesões císticas hepáticas, admitindo diferencial com resposta mucinosa de lesões secundárias. Os pequenos hemangiomas podem ser indistinguíveis de metástases em tomografias de estadiamento oncológico inicial. Já na avaliação de nódulos hepatocelulares benignos (adenomas e HNFs), levando-se em consideração que apesar de benignos, podem apresentar condutas totalmente distintas a depender do contexto (desde seguimento até biópsias e cirurgias), o reconhecimento das limitações desse diagnóstico diferencial por imagem principalmente relacionado ao uso do contraste hepatoespecífico é essencial.

Conclusões

O conhecimento amplo das lesões hepáticas focais benignas e seus diferenciais nos diferentes contextos clínicos em que elas podem se apresentar bem como das limitações dos métodos de imagem, permite que o radiologista atue como guia nas condutas clínicas, desde o seguimento evolutivo até procedimentos invasivos.

Palavras Chave

abdomen; lesões hepáticas focais benignas; diagnóstico diferencial

Arquivos

Área

Abdominal/ Trato Digestório

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil

Autores

LUCAS CHAGAS AQUINO, RONALDO HUEB BARONI, LAVINIA FERREIRA DIAS, THAIS CALDARA MUSSI, THIAGO MENEZES BARAVIERA