Dados do Trabalho


Título

ABLAÇÃO TÉRMICA DE MICROCARCINOMAS DE TIREOIDE: APLICABILIDADE CRESCENTE E QUEBRA DE PARADIGMA NO CENÁRIO ONCOLÓGICO

Introdução e objetivo(s)

O Microcarcinoma Papilífero de Tireoide (PTMC) é o tipo mais comum de câncer de tireoide, representando 90% das neoplasias malignas da tireoide. Geralmente identificado incidentalmente, ou em exames de rotina, apresentando excelente prognóstico.
O tratamento padrão indicado para PTMC é cirurgia, sendo tireoidectomia total ou lobectomia, porém, hoje contamos com dados consistentes de ablação térmica (TA), radiofrequência (RFA) ou microondas (MW) demonstrando resultados promissores, sendo uma alternativa à cirurgia, capaz de manter a função tireoidiana.
O objetivo desse ensaio pictórico é apresentar lesões características de PTMC, princípios da técnica ablativa, dados de rendimento diagnóstico e sistematização desse tratamento alternativo em casos representativos de PTMC.

Método(s)

Utilização de casos representativos de PTMC de nosso serviço, ausentes de dados identificáveis, garantindo a confidencialidade dos pacientes. Revisão bibliográfica nos principais bancos de pesquisa para coleta de dados de rendimento, complicações e indicações. Sistematização foi descrita de acordo com diretrizes das sociedades médicas internacionais, seguidas pelas práticas de nossa Instituição.

Discussão

Atualmente, TA ainda não é considerada padrão-ouro para o tratamento de PTMC na maioria dos grandes serviços médicos do mundo. Há na literatura fortes evidências de sua elevada eficácia com desaparecimento completo das lesões ou persistência somente de área cicatricial não viável, baixíssimas taxas de recidivas e excelente prognóstico pela técnica ablativa.
Hoje, os tumores que podem ser elegíveis para esse tratamento por RFA coincidem com as indicações de vigilância ativa, sendo o microcarcinoma unifocal restrito à tireoide, sem sinais de extensão, confirmação citológica de câncer papilar de tireoide sem subtipos agressivos, ausência de linfonodos metastáticos, inelegibilidade ou recusa à cirurgia o cenário ideal.
Pouco invasiva, sem necessidade de anestesia geral e de internação, sem cortes, o follow-up deve contemplar a redução volumétrica que pode chegar a 100 % em até 12 meses. Cada vez mais o uso de contraste de microbolhas (CEUS) vem sendo utilizado no sentido de identificar eventuais áreas residuais subtratadas ou identificar recidivas precocemente.

Conclusões

Ablação térmica para PTMC é considerável em pacientes elegíveis. O debate persiste sobre seu uso no tratamento de malignidades, porém, evidencia-se a possibilidade desse método minimamente invasivo ser uma alternativa cirúrgica equivalente para PTMCs de baixo risco.

Palavras Chave

TERMOABLAÇÃO EM CARCINOMA PAPILÍFERO;

Arquivos

Área

Cabeça e Pescoço

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein - HIAE - São Paulo - Brasil

Autores

VICTOR ARTHUR OHANNESIAN, LUIZ CÉSAR DORNELLAS NASCIMENTO, ERIVELTO MARTINHO VOLPI, ANTONIO RAHAL JUNIOR, RODRIGO GOBBO GARCIA