Dados do Trabalho

Título

Coriocarcinoma intracraniano primário: relato de caso

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

Relatar e discutir um caso raro de coriocarcinoma.

História clínica

Paciente masculino, 41 anos, procedente da China, apresentou um quadro de cefaleia holocraniana súbita, associada a náuseas e distúrbios visuais. Realizou uma ressonância magnética de crânio que evidenciou uma formação expansiva intra-axial centrada nos giros occipitotemporais à direita, com contornos lobulados, e sinal difusamente heterogêneo, destacando-se áreas de alto sinal em T1 e marcado baixo sinal na sequência de susceptibilidade magnética, compatíveis com resíduos hemáticos em diferentes fases de metabolização, não se podendo excluir componentes cálcicos de permeio. Tais características limitavam a avaliação da difusão e da perfusão T2* devido aos artefatos de susceptibilidade magnética. A lesão apresentava contrastação heterogênea, predominantemente periférica, delimitando áreas centrais de necrose / liquefação. Associava-se extensa anormalidade de sinal na substância branca temporoparietal-occipital circunjacente, provável edema / infiltração. O conjunto de achados determina acentuado efeito expansivo com apagamento dos espaços liquóricos regionais e desvio das estruturas da linha mediana em até 1,2 cm no plano do septo pelúcido, além de herniações encefálicas. O paciente foi submetido à ressecção cirúrgica e o estudo anatomopatológico e imunohistoquímico caracterizam tratar-se de carcinoma pouco diferenciado com imunofenótipo de células trofoblásticas e o beta-HCG sérico era de 335. Foi realizada a investigação de sítio primário com PET-FDG e ultrassonografia de testículos, ambos negativos.

Discussão e diagnóstico

o coriocarcinoma é um tipo neoplásico muito raro e agressivo da doença trofoblástica. Os coriocarcinomas gestacionais e não gestacionais têm fisiopatologia e prognóstico diferentes. São mais comuns em mulheres e, quando acometem os homens, normalmente fazem parte de um tumor misto de células germinativas, sendo o testículo o sítio primário mais comum.. Quando acometem o SNC, normalmente são metástases de um tumor primário, acometendo outros órgãos como pulmões e fígado, sendo, muito raramente, primários. Quando primários, normalmente são tumores da linha média (glândula pineal ou cisterna suprasselar). Uma característica de imagem importante é a alta vascularização e tendência a sangramento.

Conclusões

devido a sua raridade, o coriocarcinoma primário intracraniano se apresenta como um diagnóstico difícil, fazendo diferencial com outros tumores hemorrágicos como melanomas e ependimomas.

Palavras Chave

TUMOR; coriocarcinoma;

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Área

Neurorradiologia