Dados do Trabalho


Título

Escleroterapia de cisto tireoglosso utilizando polidocanol

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

Este relato aborda a utilização da escleroterapia com polidocanol em um paciente diagnosticado com cisto do ducto tireoglosso. O cisto do ducto tireoglosso (TGDC) é o cisto congênito mais comum no pescoço, composto por remanescentes epiteliais do ducto tireoglosso. A escolha pelo tratamento via punção e escleroterapia visa eliminar o cisto, reduzindo assim a probabilidade de recorrência e prevenindo futuros episódios de infecção associados à condição.

História clínica

Paciente do sexo masculino, 42 anos, apresentou queixa de aumento progressivo de massa cervical anterior móvel à deglutição na linha média, com quadros frequentes de infecção que ocasionavam dor local, disfagia e odinofagia. Os exames de imagem (ultrassom e ressonância magnética) levaram ao diagnóstico de cisto do ducto tireoglosso.

Foi inserida uma agulha 18 gauge no cisto, e seu conteúdo foi aspirado. O cisto foi minuciosamente irrigado com soro fisiológico estéril frio repetidamente até que o fluido ficasse claro e depois irrigado continuamente com polidocanol. O paciente tolerou o procedimento com dor mínima.

Discussão e diagnóstico

Diante da presença do cisto tireoglosso, optou-se pela escleroterapia como alternativa terapêutica. O procedimento foi realizado sob orientação ecográfica, utilizando polidocanol como agente esclerosante. A escleroterapia com polidocanol é atrativa devido à sua simplicidade, custo-efetividade e perfil de efeitos colaterais toleráveis.

A escleroterapia foi realizada de forma segura, observando-se redução no tamanho do cisto, aliviando os sintomas estéticos e de compressão. Não foram registradas complicações relevantes, demonstrando a segurança e eficácia do polidocanol que mostrou ser uma alternativa segura e viável à cirurgia para o tratamento de cistos do desenvolvimento da glândula tireoide (TGDC), e pode ser considerada como terapia de primeira linha em pacientes que desejam evitar a cirurgia.

Conclusões

A escleroterapia com polidocanol revelou-se efetiva no tratamento do cisto tireoglosso, proporcionando redução significativa no tamanho da lesão e alívio sintomatológico. Este relato de caso destaca a aplicabilidade bem sucedida do polidocanol como agente esclerosante nesse cenário clínico. A técnica mostrou-se segura, minimizando complicações, e representa uma opção terapêutica promissora.

Até onde sabemos, não existem outros relatos de escleroterapia com polidocanol para TGDC em pacientes no Brasil. Portanto, nosso caso representa uma valiosa adição à literatura.

Palavras Chave

Escleroterapia; Polidocanol; Cisto do ducto tireoglosso.

Arquivos

Área

Intervenção

Instituições

UNIFESP - São Paulo - Brasil

Autores

GABRIEL FRANCHI DE SANTI, GABRIEL EGASHIRA DE MATTOS LEÃO, THIAGO FRANCHI NUNES, MATHEUS SAMHA MASCARENHAS, BRUNO HENRIQUE DE AZEVEDO, STELLA COSTA FRIGO, LEONARDO ROSOLEN IUNES