Dados do Trabalho


Título

Bevacizumab e radioterapia: uma combinação perigosa para fístulas do trato respiratório

Introdução e objetivo(s)

O Bevacizumab foi a primeira medicação antiangiogênica aprovada e tem sido utilizado no tratamento de diferentes neoplasias. Relatos recentes destacam uma complicação rara, porém com alta mortalidade, que é a fístula de via aérea, que na maioria dos casos está associada a algum fator de risco para lesão da via aérea, em especial a radioterapia torácica.
Este trabalho tem como objetivo apresentar casos ilustrativos de fístula da via aérea relacionados à combinação do Bevacizumab com antecedente de radioterapia torácica e alertar os radiologistas para a possibilidade desse diagnóstico, cujo tratamento precoce é crucial para reduzir a alta mortalidade.

Método(s)

Ilustrar exemplos de fístula da via aérea relacionados ao uso de Bevacizumab em associação a radioterapia torácica através de uma série de casos.

Discussão

O Bevacizumab é um anticorpo monoclonal contra o fator de crescimento endotelial vascular, que evita o desenvolvimento de novos vasos sanguíneos, necessários para as células tumorais se desenvolverem. Ele tem sido utilizado no tratamento de diferentes neoplasias. Além dos efeitos adversos conhecidos, relatos recentes destacam uma complicação que apesar de rara, tem altas taxas de mortalidade: a fístula da via aérea. Há relatos de diferentes tipos de fístula, incluindo traqueoesofágica, traqueomediastinal e broncopleural.
Embora o mecanismo para a formação dessas fístulas ainda não seja compreendido, sugere-se que a interferência do Bevacizumab na angiogênese leve a um retardo na cicatrização das lesões. Dessa forma, qualquer lesão nas vias aéreas poderia predispor à formação de uma fístula, e o principal fator de risco apontado na literatura para essas lesões é o antecedente de radioterapia torácica.

Conclusões

A correlação entre o uso de Bevacizumab e a formação de fístulas da via aérea tem sido cada vez mais reconhecida, geralmente com histórico de radioterapia torácica associado. Apesar de sua raridade, sua alta mortalidade enfatiza a importância do radiologista conhecê-la, a fim de fazer o diagnóstico precoce e garantir um tratamento eficaz.

Palavras Chave

bevacizumab; fístula de via aérea; avastin

Arquivos

Área

Tórax

Instituições

Beneficência Portuguesa de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

CAMILA PIETROSKI REIFEGERSTE, AUGUSTO KRELING MEDEIROS, PABLO RYDZ PINHEIRO SANTANA, FELIPE MARQUES DA COSTA, MURILO DE SÁ BARRÊTO CALLOU PEIXOTO, BRUNO LIMA MOREIRA