Dados do Trabalho


Título

Explorando as Complexidades da Dissecção Aguda Arterial Cervical e Intracraniana

Introdução e objetivo(s)

A dissecção arterial cervical e intracraniana é uma condição vascular subdiagnosticada resultante de lesão na íntima ou vasa vasorum que permite o sangue entrar na túnica média criando um falso lúmen. Podem ocorrer graves complicações, incluindo acidente vascular cerebral isquêmico e hemorrágico. Compreender as complexidades da dissecção arterial e suas complicações é crucial para otimizar abordagens diagnósticas e terapêuticas. Nosso objetivo é explorar de forma sistemática os principais achados em torno do diagnóstico da dissecção arterial, incluindo sua evolução temporal e complicações.

Método(s)

Ensaio pictórico de casos didáticos abrangendo todos os métodos de imagem não invasiva para ilustrar as características radiológicas distintas que caracterizam as dissecções arteriais cervicais e intracranianas, suas evoluções e complicações.

Discussão

O subdiagnóstico da dissecção está relacionado a sua apresentação clínica muitas vezes inespecífica, levando o solicitante a não pedir exames de imagem ou a solicitar apenas topografia (TC) do crânio sem contraste, aos achados de imagem que podem ser sutis ou praticamente inconspícuos, e à familiaridade do radiologista. Artérias de pequeno calibre como as intracranianas, tamanho pequeno e hematoma mural inicial sobretudo com menos de 2 dias de instalação, discreta (ou ausente) estenose luminal, artefatos locais incluindo qualidade insatisfatória do exame, e equipamento, e achados que podem também ser vistos na fase sequelar (ex. irregularidades parietais/estenose luminal, flap intimal, pseudoaneurisma) são fatores que dificultam o diagnóstico. Na TC sem contraste busca-se principalmente por hiperdensidade junto à parede arterial e na angioTC por irregularidades parietais e estenose luminal. Pode-se ainda encontrar flap intimal, oclusão arterial, trombo/coágulo parcialmente aderido com insinuação luminal, êmbolos e oclusões distais, infarto, pseudoaneurisma dissecante, e hemorragia. A RM e angioRM tem maior acurácia na detecção e caracterização dos achados, sendo o VWI e o T2 com fina espessura em equipamento 3Tesla especialmente úteis nas situações desafiadoras, assim como o controle evolutivo precoce. As sequências SWI e FLAIR podem auxiliar na detecção do hematoma mural que pode ser visto eventualmente na angioRM TOF.

Conclusões

Familiaridade do radiologista com as distintas e por vezes complexas apresentações por imagem da dissecção e suas complicações impacta diretamente no desfecho clínico.

Palavras Chave

dissecção; complicações; evolução

Arquivos

Área

Neurorradiologia

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil

Autores

VÍTOR CARMINATTI ROMANO, CARLOS FELIPE DE OLIVEIRA REYNA, TATIANA LARISSA MEDEIROS ARCANJO, RENATA BERTANHA, ROGERIO IQUIZLI, BRENO ASSUNÇÃO MATOS