Dados do Trabalho

Título

Tumor edematoso de Pott: relato de caso de uma complicação rara de sinusopatias infecciosas

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

Descrever e relatar os achados imaginológicos característicos na tomografia computadorizada e ressonância magnética do tumor edematoso de Pott (T.E.P), uma complicação incomum de infeccções sinusais.

História clínica

Paciente feminina de 11 anos, previamente hígida, com história mórbida atual de cefaleia temporal bilateral intensa há 15 dias, associado a náuseas, tosse não secretiva e febre diária. Evoluiu com edema de partes moles na região frontal e maxilar bilateral, com internamento em hospital terciário para investigação.
A tomografia computadorizada do crânio revelou coleção extradural e extracraniana hipodensa com realce periférico pelo contraste, além de pertuito no osso frontal que determinava solução de continuidade entre as duas formações, sugestivas de abscesso. Ressonância magnética do encéfalo com contraste confirmou tais achados, que apresentavam também restrição à difusão das moléculas de água, reforçando o diagnóstico de abscesso epidural e subgaleal.
A paciente foi submetida a procedimento neurocirúrgico caracterizado por craniotomia com drenagem de grande volume de conteúdo purulento. Posteriormente, realizou antibioticoterapia com cefepime e metronidazol via endovenosa e recebeu alta após melhora clínica completa.

Discussão e diagnóstico

O T.E.P (Pott’s puffy tumor) é uma complicação rara da sinusite frontal, caracterizada por osteomielite do osso frontal associada a abscesso subperiosteal. A disseminação da infecção dos seios nasais para o osso frontal ocorre através de veias de drenagem diploicas em comum. É comum que a infecção determine erosão do osso frontal, originando um abscesso epidural ou empiema subdural. A apresentação clínica mais comum é o edema da região da testa e do escalpo. Na era pós-antibioticoterapia, essa doença se tornou progressivamente mais rara, porém ainda é necessário conhecê-la, devido ao risco de complicações intracranianas, sendo a trombose séptica dos seios durais a mais temida. A abordagem cirúrgica é o tratamento de escolha, podendo ser realizada por craniotomia ou por drenagem endoscópica nasal.

Conclusões

Apesar da baixa prevalência, o T.E.P apresenta grande potencial de morbidade se não identificado e tratado precocemente. A pesquisa contínua e os avanços na compreensão desta doença são fundamentais para melhorar o diagnóstico precoce, desenvolver tratamentos mais eficazes e proporcionar melhores prognósticos aos pacientes.

Palavras Chave

Tumor edematoso de Pott; Complicação infecciosa; Abscesso extracraniano.

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Área

Cabeça e Pescoço