Dados do Trabalho


Título

TUMORES ESTERNAIS AUTOLIMITADOS DA INFÂNCIA: RELATO DE CASO

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de tumor esternal autolimitado da infância (SELSTOC ou self-limiting sternal tumors of childhood), uma patologia que é pouco frequente na prática clínica, mas bastante alarmante aos pais e aos pediatras pelo seu rápido crescimento. O desconhecimento até mesmo por parte do radiologista pode levar à exposição desnecessária do paciente à radiação, à sedação e a procedimentos invasivos, como biópsias ou ressecções.

História clínica

Uma lactente de 15 meses é trazida ao pronto-socorro por queixas de tosse, febre e leve taquidispneia. A mãe também referia surgimento de uma tumoração na região pré-esternal, com rápido crescimento em cerca de uma semana. A radiografia de tórax solicitada pela equipe da pediatria afastava acometimento pulmonar, mas não permitia adequada visualização da lesão citada.
Prosseguiu-se a investigação com a ultrassonografia, que mostrava uma lesão hipoecogênica, heterogênea e bem delimitada. Notava-se que havia um componente pré-esternal e outro retroesternal, ambos se comunicando através de um pertuito no interior do esterno, assumindo o aspecto de um halter. Não havia vascularização evidente ao Doppler.

Discussão e diagnóstico

Os tumores esternais autolimitados da infância, apesar do nome, não consistem em um processo neoplásico. Ao histopatológico, há um processo inflamatório asséptico e inespecífico. A fisiopatologia ainda é pouco conhecida, mas se admite que decorram de uma resposta inflamatória desregulada e exacerbada, provavelmente a algum estímulo como pequenos traumas locais. O paciente típico é um lactente em bom estado geral com uma massa na região esternal de rápido crescimento, sem flogose. A ultrassonografia é o método de avaliação inicial e permite o diagnóstico pelos achados característicos. Não há necessidade de tratamento e deve-se realizar seguimento ultrassonográfico da lesão até o seu desaparecimento.

Conclusões

Assim, a importância de conhecer o tema reside na prevenção quaternária e na proteção ao paciente, evitando a realização de exames de imagem inapropriados, que levariam à exposição da criança à radiação e à sedação e seus riscos; assim como a procedimentos invasivos, como biópsias ou ressecções.
Além disso, seu conhecimento permite a otimização do uso dos recursos disponíveis no sistema de saúde e do fluxo de pacientes.

Palavras Chave

pediatria; SELSTOC; TUMORES ESTERNAIS AUTOLIMITADOS DA INFANCIA

Arquivos

Área

Pediatria

Instituições

Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

MARCOS VINICIUS BROGIN, ALCIVAN BATISTA DE MORAIS FILHO, LISA SUZUKI, RODOLFO DANIEL DE MATTOS LOURENÇO, SILVIA MARIA SUCENA DA ROCHA