Dados do Trabalho


Título

Pseudocirrose hepática relacionada ao uso de tamoxifeno para tratamento de neoplasia mamária: relato de caso

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

Descrever um caso clínico de pseudocirrose hepática em paciente após uso de tamoxifeno para tratamento de neoplasia mamária.

História clínica

Sexo feminino 50 anos, com diagnóstico de carcinoma ductal invasivo em mama esquerda detectado há 04 anos, no ano de 2020. Não houve indicação de tratamento cirúrgico, fez quimioterapia e radioterapia, em uso de tamoxifeno. Veio de forma eletiva fazer os exames de seguimento oncológico. Nos exames de imagem iniciais, a paciente apresentava fígado com múltiplos nódulos de implantes secundários. Durante o seguimento neoplásico evoluiu com metástases ósseas, encefálica e com pseudocirrose hepática de provável relação com o uso de tamoxifeno. Não havia história de doença hepática prévia.

Discussão e diagnóstico

A pseudocirrose é o termo radiológico que descreve o desenvolvimento de uma série de nodularidade hepática difusa, causada por quimioterapia para metástase hepática, especialmente do câncer de mama. É importante detectar precocemente para evitar o diagnóstico incorreto de cirrose hepática verdadeira.
Ela demonstra alterações morfológicas que mimetizam a cirrose hepática na imagem, que são nódulos hepáticos difusos e contorno hepático lobulado com bordas irregulares e heterogêneas após quimioterapia.
Características radiológicas: retração capsular variável, nodularidade hepática, perda de volume hepático segmentar, aumento do lobo caudado, contorno lobulado, fibrose confluente.
Também foi relatada após quimioterapia em câncer de pâncreas, câncer de esôfago, câncer gástrico, câncer de pulmão, câncer colorretal, câncer de tireoide, doença de Hodgkin.
O mecanismo preciso da pseudocirrose permanece obscuro, acredita-se que seja caudada por dois fatores:
- Resposta do fígado aos agentes quimioterápicos, com retração capsular hepática devido a diminuição do tamanho da doença metastática.
- Hiperplasia regenerativa nodular em resposta a lesão hepática induzida por quimioterapia.
É uma causa potencial de hipertensão portal, insuficiência hepática, distensão abdominal e ascite.

Conclusões

O desenvolvimento de pseudocirrose tem impacto significativo e negativo na sobrevida e influencia as estratégias de manejo clínico em pacientes com câncer. Critérios específicos para diagnóstico e diretrizes para o manejo clínico são necessários para melhorar a qualidade da prática clínica.

Palavras Chave

PSEUDOCIRROSE; QUIMIOTERAPICOS

Arquivos

Área

Abdominal/ Trato Digestório

Instituições

ANGIONEURO - HOSPITAL VEREDAS - AL - Alagoas - Brasil

Autores

NARELLE MARIA CAVALCANTI COUTO, BEATRIZ ALBUQUERQUE OLIVEIRA, MARILIA AMBROSIO CAVALCANTE LEITÃO, CAMILA BATISTA MASCENA NOGUEIRA, LUCAS NOVAIS BOMFIM, LUANA THAYSE BARROS DE LIMA, KAROLINE GONÇALVES NOVAIS FONCÊCA