Dados do Trabalho


Título

HEMIHIPERTROFIA FACIAL ISOLADA: RELATO DE CASO

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

O presente estudo tem por objetivo evidenciar a importância dos exames de imagem na investigação, identificação e definição etiológica das patologias raras do desenvolvimento facial, bem como na realização dos seus diagnósticos diferenciais.

História clínica

Paciente do sexo feminino, 61 anos, com história de assimetria facial com protrusão labial à direita desde a infância, evoluindo com queixa de proeminência dolorosa retro-auricular do mesmo lado, de aumento progressivo, intensificado nos últimos anos e associado a trismo, determinando prejuízo social e funcional. Paciente sem outras queixas, sem comorbidades e sem internação prévia por qualquer motivo. Realizado estudo de ressonância magnética da articulação temporomandibular direita, complementado com ressonância nuclear magnética da face e tomografia computadorizada da face para melhor definição diagnóstica, que evidenciaram acentuada hemihipertrofia de estruturas ósseas e viscerais, predominantemente de componente lipídico, da hemiface direita, notadamente no côndilo mandibular, arco zigomático, parede lateral da órbita e base do osso temporal, com fusão óssea dessas estruturas, sem fator lítico caracterizado e sem aparente acomentimento dentário. A hipertrofia das estruturas viscerais adjacentes causava também desvio contralateral da faringe, laringe, esôfago e músculos adjacentes. Não foram evidenciadas malformações vasculares.

Discussão e diagnóstico

A hemihipertrofia facial isolada é uma dismorfose maxilo-facial rara, com etiologia ainda não bem definida, sendo a sua forma isolada pouco descrita. Está associada a distúrbios funcionais mais ou menos importantes, na dependência do grau de hipertrofia das estruturas ósseas e viscerais. A assimetria facial tende a se acentuar com a idade. Trata-se de um diagnóstico de exclusão após investigação dos seus diagnósticos diferenciais, tais como as facomatoses, displasias fibrosas, malformações vasculares/linfáticas, síndromes neurocutâneas e síndromes genéticas. Nessas condições, entretanto, outras características podem ser comumente encontradas, como anomalias vasculares ou tumores, passíveis de serem identificados por métodos de imagem.

Conclusões

A hemihipertrofia facial isolada é uma condição rara, que pode ser diagnosticada através de exames de imagem, mas que necessita da exclusão de outras patologias similares. A identificação e o diagnóstico correto dessa afecção são fundamentais para o planejamento terapêutico adequado a estes pacientes.

Palavras Chave

Hemiatrofia facial

Arquivos

Área

Cabeça e Pescoço

Instituições

Hospital Memorial Arthur Ramos - Alagoas - Brasil

Autores

EDUARDA CAVALCANTE SANTANA, MARIANE SORIANO DUARTE PRADO TENÓRIO, BÁRBARA TRAVASSOS BANDEIRA, CARLOS WILLIAM RODRIGUES LIMA, LAYSA MONIQUE HONORATO TENÓRIO MASCARENHAS, LAIS DE MACEDO ROCHA, DANIEL LOPES DE OLIVEIRA