Dados do Trabalho


Título

GESTAÇÃO ECTÓPICA INTERSTICIAL: RELATO DE CASO.

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

A Gravidez Ectópica (GE) consiste na implantação e desenvolvimento do blastocisto fora da cavidade endometrial e é um dos principais casos de urgência obstétrica e de óbito materno no primeiro trimestre de gestação. A GE pode ser classificada em tubária (ampular, ístmica, fimbrial e intersticial) e extra-tubária (abdominal, ovariana e cervical). A gravidez ectópica intersticial, também chamada de cornual, ocorre na junção da tuba uterina com o corno uterino e consiste em 1 a 2% dos casos das gestações tubárias. Neste relato, abordamos um caso raro de uma mulher de 36 anos, com gestação ectópica cornual.

História clínica

Paciente, sexo feminino, 36 anos, com sangramento vaginal há 30 dias e aumento da dosagem sérica da fração beta do hormônio gonadotrofina coriônica humana (β-hCG). Realizou ultrassonografia transvaginal (USTV), que evidenciou espessamento endometrial e área cística no miométrio com vascularização ao estudo Doppler. Prosseguiu-se investigação diagnóstica com ressonância magnética (RM) da pelve, que identificou endométrio espessado, com sinal heterogêneo na sua porção fúndica, devido a presença de formação ovalada e mal delimitada projetando-se para a região cornual direita, circundada pelo miométrio (“sinal do manto miometrial”), com realce heterogêneo pelo meio de contraste.

Discussão e diagnóstico

O saco gestacional em uma gravidez intersticial está localizado no útero, mas fora da cavidade endometrial e, devido à sua proximidade com os vasos uterinos, oferece grande risco de hemorragia intensa, com mortalidade materna quinze vezes maior do que os demais casos de GE tubária. Diante da suspeita clínica, deve-se realizar exames de β-hCG quantitativo e USTV. Contudo, muitas vezes, o USTV é inconclusivo. Após o diagnóstico, a conduta adotada pode ser: expectante, medicamentosa sistêmica guiada por USTV ou cirúrgica (conduta padrão na GE). Em nosso relato, devido à redução do nível sérico de β-hCG após um período de quatro dias (de 10000 mIU/mL para 6300 mIU/mL), optou-se por conduta medicamentosa sistêmica, com resolução do quadro.

Conclusões

Este relato de caso familiariza o radiologista com a gravidez ectópica em um local incomum de implantação. Apesar dos desafios, o radiologista desempenha um papel fundamental no diagnóstico e sua atuação rápida se faz necessária para uma conduta adequada da equipe médica para eventuais complicações.

Palavras Chave

gravidez ectópica; gestação ectópica intersticial; tubária.

Arquivos

Área

Abdominal/Trato Geniturinário

Instituições

Centro de Diagnóstico por Imagem de Fernandópolis (CDI) - São Paulo - Brasil, Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis - São Paulo - Brasil

Autores

CAROLINA PIMENTEL BERTASSO, ANA CAROLINA RIBELLATO BUISSA